quinta-feira, março 31, 2011

O PiG e o Golpe - O Golpe e o PiG


O Faces da Verdade reproduz aqui texto publicado pelo Jornalista Paulo Henrique Amorim em seu blog Conversa Afiada.

De Conversa Afiada: “Ressurge a democracia” – o Globo, em2 de abril de 1964. Depois, foi dedo duro.


No dia de hoje, 31 de março de 1964, houve a intervenção militar, a maior desgraça que se abateu sobre o Brasil, depois de três séculos de Escravidão (ainda inacabada).

Clique aqui para ler a entrevista de Mino Carta ao Abujamra: “O PiG implorou pelo Golpe militar”.

O Conversa Afiada deseja aliar-se aos que, em surdina, celebram a intervenção.

Muitos historialistas se desculpam com pretenso Golpe que o Jango ia dar – a intervenção teria sido um ato de “guerra de prevenção”, como dizia o Bush, filho.

E convoca o jornal O Globo para, em seu nome, brindar o regime que o deputado Bolsonaro ainda defende.

Transcrevemos aqui o editorial que o Globo escreveu logo após o Golpe.

No dia 2 de abril.

Em seguida, o amigo navegante verá como o Globo logo cedo, rápido começou a prestar serviços ao regime militar ( aos torturadores hoje devidamente anistiados).

É o Globo, no dia 7 e abril, a desempenhar o papel de dedo-duro.

Contemple, amigo navegante, a história do PiG (*).

2 de abril de 1964

“Ressurge a Democracia”

Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.

Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.

Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.

Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.

As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”

No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.

Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.

Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.

A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.

Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”


Aqui, a dedoduragem:

Publicado em 22/09/2010

Amigo navegante enviou ao Conversa Afiada essas duas páginas do Globo de 7 de abril de 1964.

É um documento histórico.

Atribuído a um grupo de democratas, o Globo publicou no dia 7 de abril de 1964, poucos dias depois da intervenção militar, a lista dos que tinham assinado um manifesto do Comando dos Trabalhadores Intelectuais.

Como hoje, o Globo do Dr Roberto colaborava com o Golpe: “chamamos a atenção de alto-comando militar para os nomes que o assinaram”.

É o dedo duro na sua manifestação mais cristalina.

Repare, amigo navegante, alguns dos nomes que o Globo queria mandar para a câmara de torturas:

Ferreira Gullar, Carlos Diegues, Arnaldo Jabour, Chico Anísio, Paulo Francis, Tereza Rachel, Jorge Zahar.

Que horror !

É a “Lista de Schindler” de sinal trocado: é a “Lista do Globo”, dos que deveriam ser cremados.

Viva o Brasil !

Em tempo: se o amigo navegante quiser ler a lista completa dos dedodurados pelo Globo clique no endereço do post.

terça-feira, março 22, 2011

Para Obama a História de Dilma é o Orgulho de Seu Povo

Para Obama, isso é um elogio.

O Faces da Verdade tem o orgulho de reproduzir neste espaço, este fantástico texto do jornalista Paulo Henrique Amorim, publicado no conversa Afiada.


O Conversa Afiada seleciona trechos do melhor discurso de Obama no Brasil: o do Teatro Municipal, no Rio:

No Brasil, vocês lutaram durante duas décadas, durante a ditadura, pelo mesmo direito de ser ouvido, pelo direito de ser libertado do medo. E, ainda assim, durante anos, a democracia e o desenvolvimento demoraram a se instalar. E milhões sofreram.

Mas eu venho aqui hoje porque esses dias acabaram. O Brasil é uma democracia plena, um lugar onde as pessoas têm a liberdade de falar o que pensam e de escolher os seus líderes. Onde uma criança pobre de Pernambuco pode sair do chão de fábrica de cobre e chegar ao cargo mais alto do país.

O progresso do povo brasileiro inspirou o mundo. Mais da metade dessa nação é hoje em dia considerada de classe média, milhões foram retirados da pobreza. Pela primeira vez, a esperança está voltando para o lugar onde o medo costumava reinar. Eu vi isso hoje quando visitei a Cidade de Deus.

E esse país não é mais o país do futuro. As pessoas do Brasil têm que saber que o futuro chegou: é hoje, e é o momento de abraçá-lo. Nossos países nem sempre concordaram em tudo. E, assim como muitas nações, teremos diferentes opiniões no futuro. Mas estou aqui para dizer que o povo americano não apenas reconhece o sucesso do Brasil. Nós torcemos pelo sucesso do Brasil!

Os milhões desse país que saíram da pobreza para a classe média não poderiam ter feito isso numa economia fechada, controlada pelo Estado. Vocês estão prosperando como um povo livre, com mercados abertos e um governo que responde a seus cidadãos. Vocês estão provando que a melhor maneira de atingir as metas de justiça social e inclusão social é através da democracia. A democracia é a maior parceira do progresso.

Há décadas, justamente do lado de fora desse teatro, na Cinelândia, esse chamado por mudanças foi ouvido. Estudantes, artistas, políticos se uniram com faixas que diziam: “abaixo a ditadura, o povo no poder” . As aspirações democráticas só foram atingidas anos depois. Mas uma jovem que participou daquele movimento mudaria a História desse país para sempre.

Filha de imigrantes, sua participação no movimento a levou à prisão. Foi torturada pelo próprio governo. Logo, ela sabe o que é viver sem o direito mais básico pelo qual tantos estão lutando hoje. Mas ela também sabe o que é perseverar, o que é superar, pois hoje essa mulher é a presidente desta nação, Dilma Rousseff.


Esta guerrilheira que enfrentou a ditadura é a mesma que o Padim Pade Cerra descreveu no Clube da Aeronáutica, no Rio, numa reunião que ele fechou para a imprensa.

Foi um Golpe frustrado.

É a mesma guerrilheira que a Folha (*) tentou desconstruir com uma ficha policial falsa e a informação (falsa) de que ela pretendia sequestrar o Delfim Netto.

Essa guerrilheira é um exemplo para brasileiros e, agora se vê, para americanos.

Este Conversa Afiada espera que o Fernando Meirelles faça um “Cidade de Deus – II”, com a cidade pacificada.

A embaixada frustrada do Obama poderia substituir a famosa sequência da galinha.

Da mesma forma que espera o Padilha fazer um “Tropa de Elite – III” no Alemão.

O Obama cuspiu os preconceitos contra a Dilma na cara da elite branca.

Foi preciso ir ao Teatro Municipal (do Rio) para fazer isso.

Antes tarde do que nunca.

Em tempo: Obama percebeu o fenômeno da ascensão da Classe C, a nova classe média brasileira, obra do Nunca Dantes e da JK de saias. Como se sabe, o Fernando Henrique e o Cerra pensam que a Classe C fica entre a Primeira e a Executiva.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

quarta-feira, março 02, 2011

JK de Saias Não Vai Parar o Brasil. E o O PiG*?



O Faces da Verdade tem a honra de reproduzir neste espaço este belo texto do jornalista Paulo Henrique Amorim, publicado em seu Conversa Afiada.


O Blog do Planalto tem post sobre o discurso que fez ao inaugurar uma unidade da Petrobras na Bahia.

Ela diz: meu Governo não vai parar de investir.

Pouco antes, ainda na Bahia, para irritar os neoliberais do PiG (*), ela aumentou o Bolsa Família.

Na véspera, ela anunciou cortes de R$ 5 bi no orçamento e, segundo entrevista da Ministra Miriam Belchior ao C Af, o Bolsa Família e o PAC estão inteiramente preservados.

O editorial da Folha (**) e uma entrevista que o “mercado” concedeu a primeira página da Economia do Estadão revelam o que está na alma – e no bolso – do “mercado” e de seu melhor títere, o PiG.

Eles querem mais cortes e mais juros.

Eles querem parar o Brasil.

Querem que a Dilma não invista para obedecer às metas de uma instituição hoje tão respeitável quanto o Parlamento líbio: o FMI.

O FMI não previu e não resolveu a crise de 2008, pediu dinheiro emprestado ao Brasil e não tem a menor ascendência sobre a China, o Brasil, a Índia e a Rússia.

Ou seja, é que nem a Justiça brasileira: algema só em pobre, preto e p …, não é Dr. Toron ?

O “mercado” e o PiG são aquele personagem do Chico Anísio: que o pobre se lixe !

Uma palavra final sobre o Cerra.

Ele também disse ao Globo que os cortes da JK de saias eram um “estelionato eleitoral”.

Mal sabia ele que o uso da expressão era, por si mesmo, uma forma de estelionato.

O Cerra dirá qualquer coisa, para se eleger prefeito de São Paulo.

Ate que o PSDB faça com ele o que fez com o Farol de Alexandria: o interdite.

Enquanto isso, a JK de saias inaugura uma obra do PAC toda terça-feira.


Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.