quinta-feira, dezembro 23, 2010

Política Externa: Para o PiG* Tem Mais Valor a Submissão da Era FHC.



O Faces da Verdade reproduz texto do Blog do Planalto sobre a política externa brasileira da Era Lula. Trata-se de resposta à matéria míope do jornal O Globo.

Leia a matéria publicada pelo Faces da Verdade: O Globo dá Atestado de Direção do PiG*



Avaliações positivas do jornal:

“O saldo foi o maior período de prestígio internacional do país na História recente.”
“Lula teve maior preocupação em se voltar para alianças Sul-Sul, visando, com isso, a questionar assimetrias e disparidades no sistema político-econômico internacional e a criar parcerias estratégicas.”
“O Brasil se projetou de forma significativa no exterior e passou a querer ter voz importante em questões fora da região sul-americana.”
“São contabilizados como ganhos a formalização do BRIC (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) em um grupo em busca de uma agenda, a ação da diplomacia na criação do G-20 comercial durante a Rodada de Doha, a iniciativa de diálogo com o Oriente Médio e a ampliação das relações com países do Sul, em especial com a África.”
“Lula tirou o Brasil da condição de vilão internacional (do aquecimento global). O país, agora, é um dos poucos a fazerem o dever de casa, apresentando resultados importantes na queda do desmatamento, por exemplo.”
“Um ponto a favor de Lula foi o desempenho excelente para enfrentar a crise financeira internacional, que estourou no fim de 2008.


Criticas do jornal:
“Com o Sul e os emergentes, Lula foi suave, sob críticas de muitos especialistas. Não tomou medidas mais enérgicas para frear as importações desleais da China, apesar dos apelos de dentro do governo e do setor produtivo, e apenas recentemente adotou postura agressiva contra a manipulação do câmbio chinês, deletéria à economia brasileira.”


Comentário: foi justamente a intensificação das relações com países em desenvolvimento, negligenciada em Governos anteriores, que permitiu a conquista de novos e grandes mercados e a maior projeção política do País, baseada numa América do Sul integrada e na parceria do Brasil com a África, o Oriente Médio e grandes países emergentes, como China e Índia.


Com a grande influência do PT sobre sua formulação, deixou de ser uma política de Estado e se partidarizou, na avaliação de Barbosa. — O ministro (das Relações Exteriores) Celso Amorim se filiou ao PT durante seu mandato e participou de palanques eleitorais.”


Comentário: filiação de Chanceleres a partidos políticos é antes regra do que exceção. Citam-se os casos recentes de Fernando Henrique Cardoso e Celso Lafer. Tampouco existe política externa neutra, não-ideológica. Não se pode confundir ativismo e capacidade de iniciativa com ideologização. Subestimar as capacidades do Brasil era uma ideologia nociva aos interesses nacionais.


“Barbosa disse que podem ser considerados equívocos o apoio ao Irã e sua política nuclear, a concessão do status de economia de mercado à China; o relacionamento com os vizinhos Bolívia e Venezuela, que, ao mudarem regras nacionais, afetaram a Petrobras (o que chamou de débil reação à defesa do interesse nacional); e Cuba e Irã, devido ao desrespeito aos direitos humanos.”


Comentário:
A) o Brasil tem defendido a paz. O acordo assinado por Brasil, Turquia e Irã criou uma oportunidade única para solucionar o impasse sobre a questão nuclear iraniana, ainda não aproveitada pelas potências ocidentais, mas que deverá servir de base para eventual solução pacífica da questão. Como disse o jornal “Le Monde”, a data de sua celebração entrará para os anais da História.
B) a concessão de status de economia de mercado à China foi política, não prática. O Brasil tem com a China o seu maior superávit comercial bilateral.
C) a habilidade diplomática no relacionamento com os vizinhos sul-americanos permitiu o aprofundamento da integração (acordos de livre comércio entre os países sul-americanos, criação da UNASUL) e evitou que houvesse qualquer  interrupção nos suprimentos de energia para o Brasil provenientes dos vizinhos (elétrica, gás, petróleo).
D) a política de direitos humanos do Brasil baseou-se na não-seletividade e na preocupação de lograr resultados concretos na melhoria de vida das pessoas, o que muitas vezes se atingiu por meio do diálogo, freqüentemente mais eficaz do que a mera condenação retórica. Cite-se como exemplo a liberação da cidadã francesa Clotilde Reiss e de cidadã norte-americana.


“A política externa teve avanços importantes e resultados pouco animadores.”
Comentário: a frase de um dos entrevistados, usada como subtítulo da matéria, encerra em si uma contradição. A política externa brasileira é reconhecida internacionalmente como um dos fatores que ajudaram a projetar o Brasil. Os resultados são evidentes. Ao mesmo tempo em que aumentou suas exportações, o Brasil diversificou suas parcerias, o que, conforme amplamente reconhecido, ajudou a enfrentar a crise e a tornar o Brasil muito mais relevante no mundo. Isso contrasta com situações vividas em governos anteriores.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista. Paulo Henrique Amorim

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